quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Retrospectivas e perspectivas[2]

Aproveitando a deixa da Pri segue aí meu balanço de 2008

-militância particular mais coerente
-conquista de um espaço autônomo dentro da empresa que possibilitou aplicação de treinamento de segurança do trabalho aos trabalhadores, o qual contempla todo histórico de luta dos trabalhadores e mostra que segurança no trabalho foi um dos direitos conquistados. com isso, o diálogo e conscientização mútua foi muito mais proveitoso
-na esteira desse treinamento e em função do descontentamento da avaliação de desempenho dos trabalhadores feita pela empresa, paramos uma setor dentro da empresa para diálogo com o patrão, o qual resultou em um acordo, não muito favorável, mas o canal foi aberto
-reconhecimento do meu trabalho por um camarada importante
-um amigo se foi(Salve Léo!)
-novas e boas experiências
-desconstrução de muitos conceitos burgueses nas relações interpessoais
-muitas pessoas queridas e inspiradoras apareceram na minha vida
-muito estudo
-direcionamento mais palpável da minha pesquisa acadêmica
-muito estudo
-indicação para o prêmio da FEA por ser um dos melhores trabalhos apresentados no SIICUSP
-muito estudo
-descobri Leonardo Boff
-muito estudo
-coragem para romper laços com egoístas e conservadores
-fui a um show da banda Isca de Polícia
-fui a um show da Mônica Salmaso
-o 1/2 Dúzia de 3 ou 4 conseguiu lançar seu "aglomerado musical"
-luta com os camaradas das artes e apoio à eles

Mudando sempre pra ser o mesmo,

Triste por ser alguns amigos de longa data parte dos conservadores que rompi laços, mas consciente da necessidade disso.

Feliz por ter os camaradas ao lado, os novos e os de sempre e sobretudo pela Ana estar comigo, sem ela não sei se conseguiria...

Para 2009?!

Conseguir agregar os camaradas para uma prática eficiente, edificante e que provoque mudanças...Dar procedimento aos trabalhos e estudos iniciados, crente que que as coisas não mudam só porque mudou o calendário...

E que Marx, Karl Marx, o bom velhinho, nos traga um ano novo sem luta de classes, sem alienação, sem apropriação da mais-valia e com um modelo econômico mais justo e igualitário.(hehe)

domingo, 28 de dezembro de 2008

RETROSPECTIVAS E PERSPECTIVAS

Devido a deixa de um camarada muito especial, um balanço de 2008:

-consolidação de um grupo de pessoas sinceras e de luta no ME;
-luta contra PDI e outras reformas neoliberais na educação;
-uma luz no fim do túnel para meus estudos;
-pessoas queridas aparecerem, tanto no meu grupo de pesquisa e estudos quanto casualmente;
-uma gatinha chorona do Campus surgiu na minha vida;
-mudei pra casa da Nat;
-o são paulo é HEXA!!
-a nat resolveu ir embora...
-...mudei de novo;
-novas perspectivas surgem.

Muito "choro e vela", muita discussão, decepção, mas muitas alegrias e surpresas.
Também teve muitas, muitas, mais muitas práticas erradas que levaram a muitas cabeçadas, que na melhor das hipóteses não nos deixam sair do lugar. Mas sempre, sempr,e sempre em luta, vendo, revendo, repensando tudo o tempo todo.
Por vezes, à custa do que nós é muito valioso.
Mas enfim, é assim mesmo. viver as contradições intensamente, e não por elas só. a seta sempre aponta para a mesma direção. mesmo que por caminhos diferentes.
enquanto há vida, há transformação, há o novo, existem possibilidades. (e não ter vida não significa estar em um caixão... podemos até dizer, atrevidamente, que vivemos em uma nação de zumbis... ixx!)

O individualismo, a arrogância, o egoísmo se fortalecem;
A exploração dos miseráveis (em todos os sentidos) se fortalece;
A crise (ideológica, econômica, familiar) se fortalece;

...e as contradições se acirram...
como outro bom velhinho disse uma vez, houve o tempo em que a frese ia para além do conteúdo... hoje o conteúdo transborda a frase...

hum...

Esse é meu balanço deste ano. E uma "profecia" de possibilidades para o próximo ano. Porque não tem nada tranqüilo. não tem nada em paz. não tem nada em ordem. só está cego aquele que não se permite ver. e só não muda aquele que não se permite mudar.

Para 2009?
Tencionar os limites, esgotar as possibilidades, matar o medo do novo com uma ação nova cotidiana, mas que seja REALMENTE nova. Não se vender por migalhas, mixarias, como nos acostumamos a fazer. Inclusive o costume é uma dessas “trocas”.
Resumindo: não ser nem isto e nem aquilo. Ser os dois ao mesmo tempo e superar os dois ao mesmo tempo, o tempo todo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Com uma 1/2 Dúzia de 3 ou 4 Tudo se Torna!

Em 1760 Mikhail Lomonosov publicou um ensaio que denominou " Lei da Conservação das Massas". Essa lei constituía-se da máxima filosófica:"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". No entanto, a obra não repercutiu na Europa Ocidental, cabendo ao francês Antoine Lavoisier o papel de tornar mundialmente conhecido o que hoje se chama Lei de Lavoisier.
Criado há 3 ou 4 anos, o 1/2 Dúzia toma a Lei de Lavoisier como mote e transita por vários gêneros e ritmos e transforma, com irreverência, assuntos cotidianos em crônicas musicais que permitem ao espectador refletir sobre questões políticas e sociais enquanto dança, ou não.

Composto por 7 músicos e 3 ou 4 convidados, com uma bagagem onde se têm nítidas influências de vários gêneros musicais, o 1/2 Dúzia apresenta um "CD" com boas músicas, letras inteligentes e divertidas e se destaca com um show quase que teatral, sem personagens ou vozes principais e que consegue problematizar, divertir e interagir com o público ao mesmo tempo.

Ao ter como cerne a máxima de Lavoisier o grupo nos faz pensar que aquilo que é belo nunca mudou. Aquilo que sua estética realmente remete ao seu conteúdo, e esse tem por finalidade universalizar um problema humano ou uma angústia individual tentando resolver conflitos e ou preservar e desenvolver o intelecto não mudou. Mesmo que a sua estética mude, o conceito de belo não muda, pois não está preso a um padrão estético, mas sim a uma racionalidade humana, ainda que tenha muito de intuitivo e de abstração nesse meio todo.

O 1/2 Dúzia subverte a estética padronizada pela indústria cultural ao transformar uma linguagem musical de forma que nos faça pensar que o conceito de belo é muito anterior as nossas construções ocidentais herdadas e fundamentadas no eurocentrismo. Dessa forma desconstrói de forma belíssima a idéia de que a música foi inventada pelos alemães, ou renascentistas ou quem quer que valha e valoriza aspectos da música brasileira a fim de nos apresentar que a música natural, bela, universal, sensível, forte, verdadeira e que persegue o infinito não foi criada e nem se perdeu, mas hoje ele se torna instigante e agradável nas mãos de uma 1/2 Dúzia de três ou quatro querendo agregar mais pessoas nessa transformação.

Entrem no site
http://www.meiaduziade3ou4.com/

Eles disponibilizaram o cd inteiro pra download, inclusive com um arquivo em pdf com o encarte do cd. O Site é super bacana, fiquem atentos para as animações, passem o mouse em cima e cliquem, é uma surpresa atrás da outra!rs

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


"EU NÃO DISSE NADA DISSO.
VOCÊS ESTÃO CEGOS, SURDOS E LOUCOS."
(Acho que ele diria isso hoje, se pudesse se defender)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Caso Dantas: relações econômicas subjugam instituições jurídicas


Escrito por Gabriel Brito e Valéria Nader
20-Nov-2008

Em meio às investigações dos diversos escândalos envolvendo Daniel Dantas e todo o aparato político-financeiro envolto em torno de sua figura, abriu-se fogo cruzado entre setores do poder favoráveis e contrários aos métodos de investigação utilizados pela Polícia Federal. O mesmo ocorreu a respeito da co-participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nos trabalhos, dividindo a atenção de todos entre as duas querelas – a da própria investigação e a que se refere aos meios empregados nela.

Para tratar do assunto, o Correio da Cidadania conversou com a socióloga Maria Orlanda Pinassi, professora da UNESP de Araraquara, para quem o atual quadro pode ser considerado de crise institucional, dentro dos poderes e também entre eles. Em sua opinião, todo o caso envolvendo Dantas, e suas organizações, é ilustrativo da sociedade em que vivemos, na qual o crime cada vez mais busca meios de se sustentar dentro das esferas legais, moldadas para estarem a serviço de grupos econômicos e personalidades.

Pinassi crê que, acima de tudo, o que ocorre é um claro desvio de foco do verdadeiro problema, isto é, dos crimes cometidos pelos réus em questão. Fica evidente a falta que faz uma posição mais firme do governo em relação a temas decisivos, como a participação da Abin o e a defesa dos procedimentos investigativos, comuns em operações do calibre da Satiagraha.

Correio da Cidadania: Na época das prisões de Daniel Dantas, discutiu-se a possibilidade de a PF estar agindo com excessos em suas operações, utilizando algemas e expondo publicamente seus investigados. Agora vemos o delegado Protógenes e o juiz Fausto de Sanctis sofrerem pressões e acusações dentro da PF e por parte do Supremo. A que se deveria esse movimento para cima de quem investiga e julga? Não estamos diante de um desvio de focos?

Maria Orlanda Pinassi: Sem dúvidas. Creio haver uma inversão total de papéis. O mocinho é criminalizado e o bandido inocentado. Coloco a questão desta forma, mas o problema é muito mais grave do que podemos supor. Parece-me que chegamos a tal ponto de incompetência, impotência e impossibilidade dos trâmites legais em resolver os graves desvios do capital que é preciso todo tipo de falcatrua para burlar o Estado, ao se chegar a este grau de clareza dos fatos, em que as provas mais que evidenciam a culpabilidade do Daniel Dantas e de toda a rede instalada em volta dele.

E imagino que seja um problema extremamente grave, envolvendo gente pesada, o que, aliás, tem aparecido. Quando começamos a puxar o fio, começam a aparecer inúmeras pessoas, conhecidas e públicas, com problemas gravíssimos envolvendo-as, e não na vida pública, mas na privada.

Vejo, portanto, uma inversão de valores, por sua vez decorrente da impossibilidade de o direito, dentro de suas formalidades, dar conta de tais questões.

CC: Quanto a esta rede de relações que Daniel Dantas teceu nos altos escalões do poder, poderíamos dizer que a ofensiva de seus advogados – entrando com numerosos pedidos de anulação de provas, afastamento dos profissionais que trabalhavam no caso etc. – é estratégia proveniente da confiança que têm em ver seu cliente se safar, vide que é sabida a intenção de seus defensores em levar os julgamentos para as instâncias mais altas?

MOP: Certamente. E Dantas tem obtido bons resultados. É uma vitória em cima da outra, o sucesso que os advogados vêm tendo é inquestionável. Nas últimas tentativas até que não, pois não conseguiram afastar o juiz do caso, mas em todas as outras instâncias eles têm conseguido vitórias, inclusive com o aval da mídia, que está - não diria totalmente, mas parte significativa - em conluio com Dantas. E a mídia, quando não dá esse enfoque diretamente favorável, se coloca como imparcial, o que, neste caso, diante de uma culpabilidade tão clara, é um papel a ser desempenhado no jogo também.

A defesa sabe com quem está jogando, quais instituições estão em jogo, quem participa e decide por elas. Parece que está tudo nas mãos de Dantas mesmo. E quando não está, consegue-se um jeito de cooptar pessoas.

CC: No meio das investigações, criou-se um grande alvoroço quando se soube que a Abin também havia participado dos trabalhos, o que levou até mesmo ao afastamento do diretor da instituição, Paulo Lacerda. Agora, descobre-se que a lei de 1999 que criava o Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) daria margem legal a ações conjuntas entre PF e Abin. A que se deve a ocultação de informação tão importante enquanto se deflagrava tamanha crise intra-poderes?

MOP: Eu penso que tais tentativas de questionar, o tempo todo, a forma como a operação foi deflagrada e desenvolvida são uma clara tentativa de desviar o foco do que realmente interessa. Ou seja, de todas as sujeiras levantadas, todos os processos que criminalizam essa figura do Dantas e toda a rede da qual ele faz parte. Trata-se de desviar a questão fundamental para o tema dos mecanismos utilizados, que me parecem até agora absolutamente legais, comuns e usuais em apurações e levantamentos de crimes cometidos por organizações do tipo da que está sendo investigada.

Enfim, é um desvio de atenção, extremamente complicado, creio, pois tudo que se colocou até hoje como mecanismos criados pelo Estado e suas instituições, a fim de levantar crimes cometidos contra o ele próprio e também contra o povo brasileiro, volta-se contra o Estado. Está havendo uma inversão e ela ocorre em cima da hora. Não precisa passar por votação no Congresso, sanção do presidente, nada disso. Se o Gilmar Mendes resolve mudar algo em cima da hora, muda. Se a Ellen Gracie resolve fazer o mesmo, também faz. Assim, começamos a desconfiar seriamente dos mecanismos nos quais sempre confiamos.

CC: A Polícia Federal, por sua vez, ao mesmo tempo em que é vista em operações que atingem criminosos do colarinho branco, é também vista em ações truculentas como, por exemplo, em comunidades indígenas, além de participar de processos de criminalização de movimentos sociais em alguns estados, como no Rio Grande do Sul. Valendo o mesmo para o Ministério Público, a que se deveria tal desalinhamento dentro da própria instituição?

MOP: Essa é uma questão interessante. Dentro dessas instituições – PF e MP –, há um racha, uma divisão interna, podemos dizer, entre aqueles completamente comprometidos com as organizações criminosas, no sentido de serem o braço delas dentro das instituições legais, e aqueles que tentam fazer um trabalho sério. São esses primeiros personagens que estão tentando inocentar Daniel Dantas e companhia, e que também estão passando em cima dos movimentos sociais, estudantis e dos trabalhadores, como se pôde ver naqueles fatos ocorridos em Volta Redonda.

Porém, acredito que há uma parte dessas instituições que procura fazer um trabalho sério, tentando trazer ao público as ações mais importantes e rigorosas, o que a meu ver deveria ser a tônica de tais organismos.

De toda forma, diante do quadro absurdo que vivemos, não me parece ser essa a regra, mas sim uma minoria a que tenta fazer um trabalho decente dentro das instituições citadas.

CC: Como a senhora tem enxergado a postura do Executivo no atual momento, relativamente a todos esses acontecimentos?

MOP: Tenho acompanhado com bastante preocupação essa postura, porque algumas autoridades do alto escalão governamental têm opiniões que oscilam muito. Em alguns momentos, é o caso do Tarso Genro, que às vezes acha que a operação foi bem feita, elogia, e, num momento seguinte, começa a questioná-la e a jogar água no moinho da defesa do Dantas.

A falta de uma postura firme diante dos fatos – o silêncio consente, como diz o ditado – e a vacilação do governo diante de tal quadro me preocupam muito. Não há a tomada de uma política clara diante de crimes de ramificação nacional – e não dá para vermos somente temas localizados; essa rede está embrenhada em todas as esferas brasileiras.

CC: Todo o exposto insinua um forte desalinhamento entre os poderes e mesmo internamente a eles. A senhora acredita que estamos vivendo uma crise institucional?

MOP: Acredito que sim. Acho que a crise é institucional e está dividindo as pessoas que participam dela. A instituição precisa tomar um rumo mais claro, pois essa perspectiva universal do direito das instituições democráticas parece estar sofrendo golpes fortíssimos. Portanto, é necessário definir com um pouco mais de clareza qual o papel, de fato, de tais instituições.

É o caso deste tribunal popular recém-criado e que coloca o Estado brasileiro na berlinda. Não me parece ser uma questão somente brasileira. É claro que temos aqui especificidades bem fortes que levam à desfaçatez e à impunidade, mas creio que a crise das instituições democráticas se dá no mundo todo. Os EUA, a Meca do desenvolvimento capitalista mundial, são um dos países em que mais se violam os direitos dos indivíduos, ao hierarquizarem a qualidade destes.

No Brasil é a mesma coisa. Hierarquizam-se os indivíduos de modo que se saiba quais serão os favorecidos. E tudo passa, fundamentalmente, pela questão da classe. Não é pelo fato de ser negro, ou pelo fato de ser mulher etc., mas sim pelas causas específicas estarem fundadas na questão do trabalho, sobre os trabalhadores, empregados ou não. Esses estão sendo criminalizados e punidos, enquanto a burguesia – seja ela norte-americana ou brasileira – age de forma absolutamente criminosa.

Escrevi uma vez um artigo em que faço uma historicização do crime. Há 100 anos, o mundo do capital se dividia entre um mundo visível do capital e um submundo do crime. Hoje essa divisão não existe mais. Cada vez fica mais claro a todos que o capital visível está totalmente imiscuído com o do submundo. E acho que se trata de um processo. As organizações criminosas foram tomando cada vez mais a dianteira do processo de acumulação de capital. E é difícil para as instituições democráticas conseguirem dar conta das relações que o próprio capital foi criando.

CC: Ou seja, o próprio processo de acumulação de capital, pela maneira como se desenrola na contemporaneidade, agrava a crise das instituições.

MOP: Exato. Um grave problema da contemporaneidade está na total impossibilidade de as instituições democrático-burguesas, constituídas ainda sob a vigência civilizatória do capital, acompanharem a sua atual fase de acumulação, forjada numa simbiose cada vez mais naturalizada da legalidade com o que até aqui era considerado o submundo do crime organizado.

Nesse sentido, se a tendência atual é acumular riqueza mediante práticas crescentemente escusas, criam-se os mecanismos necessários para legalizá-las. O procedimento, antigo na história do capitalismo, vem sendo largamente utilizado por algumas das mais altas autoridades do país a fim de "adaptar" as leis e "higienizar" o que há de mais "avançado" em termos de realização do capital: desemprego estrutural, subtração de direitos trabalhistas, trabalho escravo, monocultura, destruição ambiental, avanço do capital transnacional no país, da nossa tradicional "vocação agrícola", criminalização dos movimentos sociais etc.

Pensando nisso, observamos que nunca antes na história foi tão transparente e atual o sentido das palavras de Marx, que, na ‘Crítica ao Programa de Gotha’, fazem o seguinte questionamento: "Acaso as relações econômicas são reguladas pelo conceito jurídico? Ao contrário, são as relações jurídicas que surgem das relações econômicas".

Gabriel Brito é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sábado(25/10/2008) tem Lado C no SESC São Carlos (grátis!)


Uma doideira embromada, o refinamento da rusticidade, a essência e o excesso, a maturidade na linguagem, a radicalidade da festa. Esse é o Lado C, o resultado da soma de muitos talentos que se juntaram para fazer um som diferente, para mostrar um terceiro lado das coisas, ou o “o lado c” da música brasileira.

A banda formada por Daniel (vocal), Fábio (percussão), Fred (guitarra), Jow (baixo), Monana (bateria) e Pablo (guitarra) traz releituras de grandes nomes da música brasileira que são tidos como “malditos”, como por exemplo, Itamar Assumpção, Jards Macalé, Luiz Melodia, Tom Zé, entre outros. O vocalista performático Daniel expressa a energia do grupo com sua voz super afinada interpretando cada canção tocada como se eles mesmos as tivessem composto, de uma maneira muito particular e bem humorada. Os guitarristas Fred e Pablo possuem um feeling, uma pegada e um entrosamento almejado por vários grupos. A “cozinha” da banda (Fábio, Jow e Monana) não deixa a peteca cair, pelo contrário, nas músicas em que ela é convocada, dá conta do recado e até se sobrepõe, com uma batucada coesa, harmoniosa, marcante e sensata.

As músicas próprias se destacam pela originalidade, autenticidade, inteligência e sacadas de um refinado bom gosto que resultam no livre trânsito de muitas tendências e uma aglutinação de rifes e raças.

Lado C mistura samba com rock, baião com bebop e tocando choro rindo...

Lado C no MySpace

Lado C - SESC São Carlos
Sábado - 25/10/2008
15h00min
Grátis

Arte do Cartaz é do Monana(baterista do Lado C)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Onde está a esquerda?

Vai para três ou quatro anos, numa entrevista a um jornal sul-americano, creio que argentino, saiu-me na sucessão das perguntas e respostas uma declaração que depois imaginei iria causar agitação, debate, escândalo (a este ponto chegava a minha ingenuidade), começando pelas hostes locais da esquerda e logo, quem sabe, como uma onda que em círculos se expandisse, nos meios internacionais, fossem eles políticos, sindicais ou culturais que da dita esquerda são tributários. Em toda a sua crueza, não recuando perante a própria obscenidade, a frase, pontualmente reproduzida pelo jornal, foi a seguinte: “A esquerda não tem nem uma puta ideia do mundo em que vive”. À minha intenção, deliberadamente provocadora, a esquerda, assim interpelada, respondeu com o mais gélido dos silêncios. Nenhum partido comunista, por exemplo, a principiar por aquele de que sou membro, saiu à estacada para rebater ou simplesmente argumentar sobre a propriedade ou a falta de propriedade das palavras que proferi. Por maioria de razão, também nenhum dos partidos socialistas que se encontram no governo dos seus respectivos países, penso, sobretudo, nos de Portugal e Espanha, considerou necessário exigir uma aclaração ao atrevido escritor que tinha ousado lançar uma pedra ao putrefacto charco da indiferença. Nada de nada, silêncio total, como se nos túmulos ideológicos onde se refugiaram nada mais houvesse que pó e aranhas, quando muito um osso arcaico que já nem para relíquia servia. Durante alguns dias senti-me excluído da sociedade humana como se fosse um pestífero, vítima de uma espécie de cirrose mental que já não dissesse coisa com coisa. Cheguei até a pensar que a frase compassiva que andaria circulando entre os que assim calavam seria mais ou menos esta: “Coitado, que se poderia esperar com aquela idade?” Estava claro que não me achavam opinante à altura.

O tempo foi passando, passando, a situação do mundo complicando-se cada vez mais, e a esquerda, impávida, continuava a desempenhar os papéis que, no poder ou na oposição, lhes haviam sido distribuídos. Eu, que entretanto tinha feito outra descoberta, a de que Marx nunca havia tido tanta razão como hoje, imaginei, quando há um ano rebentou a burla cancerosa das hipotecas nos Estados Unidos, que a esquerda, onde quer que estivesse, se ainda era viva, iria abrir enfim a boca para dizer o que pensava do caso. Já tenho a explicação: a esquerda não pensa, não age, não arrisca um passo. Passou-se o que se passou depois, até hoje, e a esquerda, cobardemente, continua a não pensar, a não agir, a não arriscar um passo. Por isso não se estranhe a insolente pergunta do título: “Onde está a esquerda?” Não dou alvíssaras, já paguei demasiado caras as minhas ilusões.

José Saramago
(Publicado em
O Caderno de Saramago)

domingo, 5 de outubro de 2008

ENSINO A DISTANCIA. SOLUÇÃO?

03/10/2008 -
09h10

USP terá cursos de graduação a distância


JOSÉ ERNESTO CREDENDIOFERNANDA CALGARO
da Folha de S.Paulo

Um programa que envolve o governo de São Paulo e as três universidades estaduais paulistas --USP, Unesp e Unicamp-- pretende criar um sistema de ensino superior de graduação a distância, com ênfase na pedagogia, que prevê a abertura de 6.600 vagas já em 2009.

Segundo o secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, está definida a abertura de 5.000 vagas no curso de pedagogia, da Unesp, 700 de licenciatura em biologia e outras 900 de licenciatura em ciências, na estrutura da USP.

Esses números ainda podem sofrer mudanças.
O primeiro módulo do programa, conforme o plano, terá cursos de graduação para ampliar a oferta de vagas na formação de professores em áreas básicas, como línguas, física, química e biologia.

Somente na rede estadual de São Paulo, há 25 mil professores sem diploma superior --10% do total. O detalhamento do programa, chamado Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), vem sendo discutido desde 2007 por governo, universidades e outras instituições associadas, como a Fapesp e a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.

O governador José Serra (PSDB) disse que o projeto é "fundamental".
"É um instrumento novo, com um potencial grande, e nós temos que aprender, cada vez mais, a aproveitá-lo. Vai ser muito importante no ensino direto para os alunos, na formação de professores para complementar a sua formação universitária, na sua reciclagem continuada", disse.

Depois, o governo pretende expandir a Univesp para o sistema de gestão de ensino (cursos de capacitação oferecidos hoje pela rede estadual), além de cursos de especialização e de mestrado e doutorado.

A idéia, afirma Vogt, é criar uma rede virtual de ensino superior chancelada pelo prestígio acadêmico das estaduais. Por meio da rede, o aluno poderá receber aulas, consultar uma biblioteca virtual e acompanhar pela TV o material de apoio pedagógico.

O restante do programa pouco difere do ensino tradicional, com provas, aulas presenciais etc. "Teremos um canal aberto 24 horas que repetirá a programação a cada oito horas", afirma o secretário Vogt.

A grade curricular ficará a cargo das universidades.
O projeto prevê ainda bibliotecas e o uso da rede de unidades de ensino para as aulas presenciais -esse sistema, de acordo com o projeto, terá ao menos 70 pontos espalhados pelo Estado.

Instituto na USP

Na USP, a implantação dos cursos a distância de biologia e de ciências depende de aprovação de comissões internas.

Segundo Gil da Costa Marques, presidente da comissão na USP que debate o tema, outros institutos, como o de física, química e matemática, também foram procurados para propor a criação de cursos, mas a discussão ainda está no começo.
"A idéia é instalar laboratórios em carretas, que seriam levadas de um pólo a outro.
Os pólos seriam os campi da USP, na capital e no interior."

A USP também estuda a criação do IAE (Instituto de Aprendizado Eletrônico), que já está em estágio avançado.
A Folha teve acesso ao projeto, que ainda falta ser votado no Conselho Universitário. (CO a qual nós alunos não temos representantes!!!)

De acordo com o documento, elaborado por uma comissão formada em dezembro de 2007, o IAE vai permitir a criação de uma diretriz de ensino eletrônico e ampliar a oferta desse mecanismo.

Segundo Marques, o instituto daria suporte à Univesp e também coordenaria o uso de recursos tecnológicos nos cursos presenciais, dando suporte operacional, pedagógico e à produção do material didático.

O plano do IAE prevê cinco docentes e um corpo técnico, com custo anual de R$ 1,19 milhão --0,05% do orçamento da USP, de R$ 2,3 bilhões.

Na mão de um o que é de todos - os efeitos na educação

Primeira indústria de semicondutores da América Latina nasce em parceria com a Unesp


Jornal da Ciência (JC E-Mail)
Edição 3612 -
Notícias de C&T -
Serviço da SBPC


-Parceria entre Symetrix, dos EUA, e Grupo Damha, de São Carlos, terá investimento inicial de US$ 150 milhões para produzir memórias e sensores

A empresa norte-americana Symetrix Corporation e o Grupo Encalso-Damha decidiram instalar no Parque Ecotecnológico de São Carlos, em SP, no segundo semestre de 2009, a primeira indústria de semicondutores da América Latina.

A iniciativa contará com o suporte científico e tecnológico do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), vinculado ao Instituto de Química do campus de Araraquara da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Os dois grupos anunciaram essa decisão nesta quinta-feira, na Unesp, no Centro de SP. A nova indústria terá, em uma primeira etapa, investimentos estimados em US$ 150 milhões, com possibilidade de ampliação posterior para até US$ 1 bilhão, de acordo com Marco Aurélio Damha, sócio do Grupo Encalso-Damha.

A principal finalidade da nova indústria será a produção de memórias ferroelétricas, sensores de infravermelho para a indústria automotiva e também a instalação de uma fábrica de precursores químicos metalorgânicos para fornecimento de matéria-prima para memórias ferroelétricas, segundo Ricardo Castelo Branco, diretor comercial da joint-venture entre os dois grupos.

Transferência de tecnologia - “A fábrica será um catalisador para instalação de novas empresas de alta tecnologia, criando condições necessárias para o país entrar efetivamente na era da nanotecnologia”, afirma Marcos Macari, reitor da Unesp.

A Universidade participará do empreendimento com a transferência de conhecimento do processo de obtenção de memórias ferroelétricas e sua caracterização.

As aplicações das memórias ferroelétricas são várias, como em bilhetes para o transporte público, no controle médico de pacientes e na telefonia celular, além de facilitar o acompanhamento da arrecadação do ICMS. Essas memórias ferroelétricas têm vida útil de prazo indefinido e podem ser lidas e escritas por cerca de 100 trilhões de vez, segundo José Arana Varela, pró-reitor de Pesquisa da Unesp e docente do Instituto de Química.

Parceria - Fundada em 1986 e sediada nos Estados Unidos na cidade de Colorado Springs, no estado do Colorado, a Symetrix Corporation atua na produção de memórias não voláteis com aplicações eletrônicas, científicas, automotivas, médicas e industriais. Possui cerca de 200 patentes e atua também no desenvolvimento de sistemas e dispositivos para ambientes inteligentes e também de tecnologias, materiais e processos relacionados a semicondutores.

Sediado em São Carlos, o Grupo Encalso-Damha tem mais de 40 anos de atuação em diversos segmentos, como engenharia civil pesada, agronegócio, infra-estrutura urbana, shopping centers e concessões de rodovias.

O Instituto de Química do campus de Araraquara é uma das 32 Unidades da Unesp, que se encontram distribuídas por 23 cidades do estado de São Paulo, onde funcionam cerca de 1.900 laboratórios e 108 programas de pós-graduação e são oferecidas 169 opções de cursos de graduação.
(Assessoria de Comunicação da Unesp)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Reativação da 4ª Frota preocupa sul-americanos

Sucessão de coincidências justifica preocupação e estranheza dos países do continente com entrada em operação de força naval dos EUA

Enquanto países e instituições sul-americanos manifestam preocupação e estranheza com a reativação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos, o governo de Washington garante que a unidade, que atuará nos mares que banham o continente, não tem características de ataque nem navios ou armamentos fixos, servindo apenas para ajuda humanitária.
A forte reação à iniciativa estadunidense deve-se à ocasião em que a medida foi anunciada e a uma série de coincidências.

Em primeiro lugar, descobertas de grandes reservas de petróleo distantes centenas de quilômetros do litoral brasileiro também foram divulgadas este ano. A dependência da economia dos EUA com relação ao petróleo é grande e a iniciativa militar em grandes produtores do combustível fóssil é amplamente conhecida, como no caso do Iraque. Mais ainda, hoje 50% das importações de petróleo dos Estados Unidos vêm da região, especialmente das reservas do México e da Venezuela, voltadas para o Caribe.

Venezuela, Bolívia e Equador têm presidentes que baseiam seus discursos em um forte sentimento antiamericano, acusando o governo de George W. Bush de tutelar a região. Para muitos, as declarações do venezuelano Hugo Chávez se aproximaram, nos últimos anos, às feitas pelo líder cubano Fidel Castro, histórico inimigo dos Estados Unidos. Na semana passada, o clima esquentou com a expulsão dos embaixadores americanos da Bolívia e da Venezuela. Os EUA responderam no mesmo tom.

Já o Equador dá mostras de que não vai renovar a licença para a instalação da única base aérea militar permanente dos EUA na América do Sul, na cidade portuária de Manta. O acordo expira em novembro de 2009 e o presidente Rafael Correa já disse que não vai prorrogá-lo.

As coincidências não param por aí. O anúncio do restabelecimento da Quarta Frota foi feito em 24 de abril, dias antes de os chefes de Estado da América do Sul assinarem, em Brasília, o protocolo de constituição da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Em maio, foi lançada pelo Brasil a idéia de criar um Conselho de Segurança da América do Sul, com apoio inclusive da Colômbia, principal aliada dos EUA no continente.

Diante dos questionamentos, foram muitas as reações de instituições como o Senado brasileiro e os parlamentos Amazônico (Parlamaz) e do Mercosul.

Um exército em alto-mar

Uma frota, ou frota naval, é uma grande formação de navios de guerra, equivalente, no mar, a um exército em terra. Geralmente é permanente e designadapara cobrir uma determinada massa de água, oceano ou mar.Os Estados Unidos usam números para nomear suas frotas. Atualmente, muitas delas, como a recriada Quarta Frota, são unidades administrativas que formam forças-tarefa para operações específicas.Ou seja, apesar de não ter, como anunciam os oficiais americanos, equipamentos ou navios fixos, quando em exercício, a Quarta Frota reunirá porta-aviões e submarinos, entre outrosnavios de guerra de grande porte, para patrulhar as águas do Atlântico e do Pacífico, da América Central à Patagônia. A Quarta Frota ainda não tem grande efetivo e sua instalação, por etapas, está programada para ser concluída até 2009.O contingente foi criado originalmenteem 1943 para patrulhar as águas internacionais próximas à América do Sul. Naquele ano, em meio à Segunda Guerra Mundial, diversas embarcações civis de países aliados dos Estados Unidos, inclusive do Brasil, foram torpedeadaspor submarinos e navios de guerra da Alemanha nazista.Com o fim da guerra e a concentraçãodos interesses dos Estados Unidos na Europa Oriental e na antiga União Soviética, nos anos da Guerra Fria, e, mais tarde, no Oriente Médio, sua instabilidadepolítica e suas grandes jazidas petrolíferas, não havia mais razão para manutenção da Quarta Frota, que foi desativada em 1950.A unidade voltou a operar nos mares da América Latina em 1º de julho deste ano. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que a reativaçãoé apenas um ajuste operacional sem objetivos de ataque, que visa melhorar o combate ao narcotráfico, a assistência humanitária em caso de desastres naturais como furacões e a cooperação com as nações parceiras, inclusive em exercícios militares.A sede da Quarta Frota é a Estação Naval de Mayport, na cidade de Jacksonville,na Flórida. O comandante é o contra-almirante Joseph Kernan.

Fonte: Jornal do Senado

sábado, 27 de setembro de 2008

Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

QUERO QUE MORRAM. MAS NÃO DE QUALQUER JEITO

-Quero que morram, mas não de qualquer jeito.

Aqueles que investem na forma a qualquer custo, a qualquer jeito para tentar suprir as necessidades que a podridão, o fedor ácido do esgoto, o bolor que se faz a essência dessas pessoas não consegue dar conta.

A ação politicamente correta face a insensibilidade aos seres e extrema "sensibilidade" às coisas.

"Camaradagem? o que é isto? que coisa mais antiga, que conceito velho."

A linha invisível que separa o meu umbigo do seu, o meu limite de ego do seu limite do ego, que não faz mais do que a construção de "seres" cada vez mais mesquinhos, hipócritas,sujos, perdendo até as unhas ao agarrar seu status que ainda conseguem, se apropriar das coisas que ainda conseguem, o conforto que ainda conseguem.

COVARDES. FRACOS. MEDROSOS. PEQUENOS. POBRES. MEDIOCRES. VERMES. PARASITAS. VENDIDOS -e muito, mas muito muito baratos. a uma pechincha.

quero que morram. mas não de qualquer jeito. de preferencia afogados no seu próprio vômito, no seu próprio chorume que exala sempre que o limite do extremo egoismo tensiona com o da ação politicamente correta.

que morram entupidos a toda a merda do que se constitui e cativa como o seu próprio ser.

CLASSE MERDA. É DISSO QUE SE CONSTITUEM. CLASSE MERDA.

¡Justicia para nuestra hermana Marcella Sali Grace!

Oaxaca de Juárez, Oaxaca.
Jueves 25 de septiembre.

¡Justicia para nuestra hermana Marcella Sali Grace!

Hermanos y hermanas.

Nuestros corazones están llenos de tristeza y rabia porque nuestra hermana Sali fue violada y asesinada brutalmente a 20 minutos de San José del Pacífico y hasta este momento la procuraduría de Oaxaca como es su costumbre no esta haciendo nada a pesar que existen testigos que dan indicios para identificar a los responsables.
Marcella Sali Grace nació en los Estados Unidos, con un corazón grande y solidario con las causas justas quien tenía muchas amigas y amigos porque siempre estaba dispuesta a ayudar, así con sus dotes de artista pintaba una manta o una pared o bailaba su danza árabe para sacar fondos para la lucha, o hacía sus conciertos con bandas de punks, o daba sus cursos de defensa personal a las mujeres pues conocía muy bien como los hombres las acosan, ésta era una de sus luchas, el que las mujeres fuéramos libres y respetadas, Sali estaba tan comprometida en la lucha que fue acompañante internacional de hermanos y hermanas que están siendo hostigadas por el mal gobierno de Ulises Ruiz Ortiz.

Desgraciadamente este 24 de septiembre fue encontrado el cuerpo de una mujer con las características físicas de Sali, en una cabaña deshabitada a veinte minutos de la población de San José del Pacífico y al momento en que un poblador fue a alimentar a unos perros que se encontraban por ahí, lo impresionó un olor fétido que provenía de dicha cabaña y dio aviso a las autoridades municipales de dicha población, los cuales procedieron a hacer el levantamiento del cuerpo que se encontraba ya en estado de putrefacción, y después de dichos sucesos, no se dio mas información a los pobladores.

El día de ayer se le dio aviso a la compañera Julieta Cruz (quien tenía conocimiento de que Sali se dirigía para dicho lugar), que una joven extranjera se encontraba en el anfiteatro de Miahuatlán, a donde ella se dirigió, en dónde reconoció el cuerpo de Sali debido a los tatuajes que tenía, ya que su rostro estaba irreconocible, la compañera supone que es debido a quemaduras, pues no se explica por qué el resto del cuerpo tiene daños visiblemente menores. Al momento en que pedimos el número de averiguación se nos fue negado al igual que los resultados de la necropsia, argumentándonos que debido a que no éramos familiares de la persona no se nos podría facilitar ningún dato.

Debido al trabajo solidario con la lucha popular del pueblo de Oaxaca, de otras luchas del mundo y contra el racismo en la frontera de México con Estados Unidos, en diversas ocasiones y a diferentes personas, Sali comentó que en Oaxaca, en fechas recientes sufría de persecución política y vigilancia. Esto nos hace pensar que su cobarde asesinato tiene relación con la represión generalizada a los movimientos sociales y dirigida particularmente a los observadores internacionales. Por esto mismo no descartamos que los actores intelectuales sean los mismos que ordenan la represión contra el pueblo de Oaxaca que lucha por justicia y libertad.

Ante estos hechos sangrientos, y por la brutal crueldad que ejercen sobre la compañera Sali, no dejamos de lado que puede ser un claro mensaje dirigido a todo el pueblo de Oaxaca, así como a los compañeros solidarios de diferentes partes del mundo; esto lo decimos basado en las recientes noticias que están circulando a nivel nacional e internacional, de que “los appistas son los que mataron al periodista norteamericano Bradley Roland Will” y como no hay justicia en Oaxaca, nos preocupa la distorsión de la información que pudiera interferir en la procuración de una verdadera justicia para nuestra compañera y la ya evidente lentitud burocrática con la que están tratando el caso las autoridades actualmente implicadas en la investigación.

Ante estos hechos lamentables EXIGIMOS:


La inmediata agilización de las investigaciones.

El esclarecimiento inmediato de los hechos.

El castigo a los asesinos intelectuales y materiales.

¡Justicia para nuestra hermana Marcella Sali Grace!

¡Basta de asesinatos, violencia y odio contra las mujeres que luchan por justicia!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não desejarás!

Não desejarás a mulher do próximo!...

... e a mulher do próximo, pode me desejar?

E se desejo o próximo ou ele me deseja?

E se o próximo não deseja a mulher dele?

E se a mulher do próximo não deseja ele?

E se os três nos desejamos?

E se ninguém deseja ninguém?

E se minha mulher deseja a mulher do próximo?

E, por que não... o próximo?

E se o próximo deseja minha mulher?

E se eu desejo a minha mulher e a do próximo?

E se ambas me desejam?

E se... todos nos desejamos?...

Sempre aparecerá alguém para dizer: "vamos parar por aí!... não desejarás!... e ponto final!"

Sérgio Kohan

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

BANDITISMO POR UMA QUESTÃO DE CLASSE - chico science

Há um tempo atrás se falava de bandidos
Há um tempo atrás se falava em solução
Há um tempo atrás se falava e progresso
Há um tempo atrás que eu via televisão
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
Quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava outros hoje ainda falam
"Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala"
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata gente inocente
E quem era inocente hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiludaBiu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
Quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava outros hoje ainda falam
"Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala"
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata gente inocente
E quem era inocente hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido
Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade
Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

video dos estudantes da FSA sobre o PDI.

http://www.youtube.com/watch?v=-vnQS_IBeA8

Porque ainda insistimos nisso?

Apesar de ser a Folha, os dados que ela traz são interessantes.
Alguem ainda acredita que a solução está aqui?
"...Então, todo programa que erradique a pobreza e ajude às famílias a dependerem menos da força de trabalho da criança e toda política que aumente a oferta e a qualidade da educação são bem-vindas", afirma o especialista.
"Ou que no minino uma bolsa-familia" realmente resolva a questão?
Essa é a opinião senso comum, a opinião de uma classe que sua existencia está NECESSARIAMENTE atrelada a existencia desses dados que vocês estão vendo.
Por isso, quanto mais a questão se acirra, mais essa classe se beneficia e como consequencia, NECESSITA de MENTIRAS, MISTIFICAÇÕES para que haja uma verdade ÚNICA, a qual não seja contestada.
A qual não seja contraditória.
A qual seja a mais natural.
A verdade que nos diz que "no pé que a gente tá, não há nada que possamos fazer".
Ou mesmo, "quem sou eu para mudar um sistema tão forte e dominante"?
Essa verdade é aquela que não nos permite sonhar.
não nos permite criar.
não nos permite SERMOS livres humanamente.
É aquela que nos faz acreditar que somos passivos diante da situação, quando ESCONDE que toda essa desgraça acontece, mas não acontece por entidades superiores, mas sim, por HOMENS.
E também que nem sempre foi assim.
E foram HOMENS que mudaram.
E também que são os HOMENS que é que mudam.
E esses HOMENS somos nós.
Sempre SUJEITOS, que reproduzimos sim, conservamos sim.Mas também TRANSFORMAMOS.
Diante disso, até quando iremos engolir MENTIRAS??
Falsidades??
Mistificações???
Quando é que SEREMOS no sentido mais humano e mais amplo dessa palavrinha?
Até quando o que nós somos será o que uma pequena classe determina para seu beneficio próprio custas ao resto do mundo?
Eu não quero ser boba.
Eu não quero passar uma vida para ser bem sucedida.
Não quero ter um padrão para pensar.
Não quero ter um padrão para escrever.
Não quero ter um padrão para me vestir.
Não quero ter um padrão de sentimentos para cada pessoa ao meu redor.
Não quero acreditar que o massacre na Bolivia é por oposição e governo.
Não quero acreditar que o Lula luta pela causa dos trabalhadores.
Não quero acreditar que os cursos a distâncias vão resolver o problema da educação no Brasil.
Não quero acreditar que os trabalhadores da cana morrem de fadiga por falta de banana e sal. Não quero achar normal fechar o vidro do carro quando uma criança pobre pede dinheiro.
Não quero acreditar que a classe média é a maioria da população.
Não quero acreditar na Mirian Leitão.
Não quero acreditar que a poluição e os agrotóxicos que respiro e como todo dia não me fazem mal, ou que é normal, que faz parte.
Não quero acreditar que está tudo bem.
NÃO QUERO ACREDITAR QUE NÃO POSSO FAZER NADA.
Não pode ser possível isto.
Não posso acreditar ser normal, por exemplo, ter um carro, um chip, um tenis às custas de centas de vidas exploradas e destruidas.
Alguém ainda acredita?

1,2 milhões de CRIANÇAS SÃO VÍTIMAS DE EXPLORAÇÃO

18/09/2008 - 10h00
Trabalho infantil no Brasil cai pouco e ainda há 1,2 milhão de crianças vítimas de exploração
Fabiana Uchinaka Do UOL Notícias Em São Paulo
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Perfil do trabalhor mirim:
Meninos negros ou pardos, de famílias de baixa renda, que moram em áreas rurais do Norte-Nordeste, freqüentam a escola e trabalham no contraturno.A questão do trabalho infantil no Brasil ainda é dramática: mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 13 anos ainda eram vítimas de exploração em 2007, segundo levantamento da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) divulgado nesta quinta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas, apesar do número alarmante, a incidência de crianças trabalhadoras caiu de 4,5% da população desta faixa etária, em 2006, para 4%, em 2007. Ou seja, 171 mil delas deixaram de trabalhar. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 14 anos.Para Renato Mendes, gerente do Programa Internacional para Erradicação do Trabalho Infantil da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a queda no índice da exploração é significativa, embora não haja motivo para contentamento. "A redução ainda é tímida e lenta perto do que o Brasil pode reduzir. E se não houver um trabalho constante, o trabalho infantil pode voltar a crescer", afirma. Ele destaca que a melhora nos indicadores é resultado das políticas públicas. "Não só do Bolsa Família ou dos programas do governo federal, mas também daquilo que os municípios, os Estados e a sociedade civil fazem".
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Jovens sem carteira assinada engordam a estatística da exploração infantilOs dados da Pnad revelam ainda que os meninos negros ou pardos, de famílias de baixa renda (até um salário mínimo) e que moram em áreas rurais do Norte-Nordeste formaram o perfil médio do trabalhador mirim. Mais da metade das crianças de 5 a 13 anos morava no campo e, consequentemente, 60,7% delas trabalhavam em atividades agrícolas. Entre jovens com mais de 14 anos, a proporção de pessoas no trabalho agrícola cai para 32%.
Infográficos
Veja a evolução dos principais indicadores da Pnad nos últimos anos
Pnad 2007: os domicílios brasileiros, a infra-estrutura básica e os bens de consumoOs mais novos foram as principais vítimas do trabalho sem remuneração (60%), sendo que, em todas as regiões do país, a presença de crianças trabalhando sem qualquer tipo de contrapartida foi muito mais incidente nas atividades agrícolas (83,6%) do que nas não-agrícolas (18,7%).Quase metade das crianças ocupadas de 5 e 13 anos (44,2%) trabalhou até 14 horas por semana e 6,6% delas chegaram a ter uma jornada de 40 horas ou mais. Apesar disso, 94,7% delas também foram à escola, praticamente a mesma porcentagem obtida entre as crianças que não trabalhavam (95,7%)."Na década de 90, o trabalho infantil era contraditório com a escola, porque não havia uma oferta educacional como há hoje. Agora ele convive paralelamente, as crianças trabalham no contra turno", explica o especialista da OIT.Ir à escola não significa educação de qualidade ou aprendizagem. Mendes ressalta que a criança gasta suas energias no trabalho e não no seu desenvolvimento e isso contribui para que a educação no Brasil esteja em um patamar baixo. "As avaliações do Ministério da Educação (MEC) mostram que os municípios com maior taxa de trabalho infantil respondem por menores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)", diz.
Como a sociedade pode ajudar a acabar com o trabalho infantil?
Apesar da queda no número de trabalhadores infantis, ainda 1,2 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos são vítimas de exploração no Brasil
OpineEntre os jovens de 14 a 17 anos, a situação é outra. Nessa faixa etária, 88,9% dos não-ocupados vão à escola, contra 74,9% dos trabalhadores. "O governo federal está no caminho certo, mas precisa ser mais contundente no combate às formas de trabalho infantil mais resistentes: na agricultura familiar, no trabalho doméstico e no trabalho informal urbano. Na agricultura familiar, por exemplo, toda a família precisa arregaçar as mangas para poder sobreviver de forma digna. No trabalho urbano, as crianças das periferias vendem bala no semáforo, no comércio informal, nas feiras. Então, todo programa que erradique a pobreza e ajude às famílias a dependerem menos da força de trabalho da criança e toda política que aumente a oferta e a qualidade da educação são bem-vindas", afirma o especialista.Trabalho infantil nos Estados do SulOs Estados do Sul se destacam pela concentração de trabalho infantil, apesar dos bons índices socioeconômicos sempre apresentados por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Renato Mendes explica que na região existe uma forte influência da cultura herdada dos imigrantes, de valorização do trabalho até mais do que do estudo. "Eles acham que é melhor criança trabalhando do que na rua. Mas não percebem é que esse tipo de criação, essa tentativa de segurar a criança no campo, faz com que os jovens fujam para a cidade quando conquistam a mínima autonomia".
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Mulheres estudam mais que homens, mas ainda têm mais dificuldade de encontrar ocupação
Um em cada 10 brasileiros com mais de 15 anos ainda não sabe ler e escrever
Defasagem escolar atinge 30% dos estudantes do ensino médio
Analfabetismo cai no Brasil, mas ainda é um dos piores da América Latina
Pesquisa aponta queda no número de estudantes no Brasil; nível de escolaridade sobe
Renda média no Centro-Oeste ultrapassa Sudeste e é a maior do país
Renda no Centro-Oeste sobe com setor agrícola, funcionários públicos e militares
Desigualdade cai no país e aumenta só no Centro-Oeste
Renda sobe pelo 3º ano seguido, mas ainda é inferior à de dez anos atrás
Pela primeira vez, 50% dos trabalhadores contribuem para a previdência

Camponeses e militantes pró-Morales são assassinados na Bolívia

INFORME Camponeses e militantes pró-Morales são assassinados na Bolívia A crise na Bolívia tem ocupado bastante espaço na mídia nacional, sobretudopela possibilidade de corte do fornecimento de gás natural ao Brasil. Mas asituação é muito mais grave do que tem aparecido. Houve massacre decamponeses na Província de Pando, fronteira com Brasil e Peru, como muitobem relata a nota emitida pela Secretaria de Direitos Humanos da DioceseAnglicana de Brasília (leia abaixo). O massacre, porém, é citado pelaimprensa como confronto entre governistas e oposicionistas. Mais grave aindaé que governadores de Beni, Tarija e Santa Cruz, também estados de oposiçãoa Morales, querem imputar o massacre às tropas do Exército a serviço deMorales, como noticiou a Folha de São Paulo de sábado, 13 de setembro. Após o assassinato de cerca de 30 camponeses na noite da última quinta-feira,11 de setembro, por ordem de Leopoldo Fernández, governador de Pando, ogoverno de Evo Morales decretou estado de sítio no Estado. Entretanto,Fernández aceitou o decreto somente ontem, 14 de setembro, permitindo, aentrada do exército boliviano no Estado. De acordo com depoimentos demoradores da região e de sobreviventes do ataque, o governador de Pandocontratou mercenários e narcotraficantes do Peru e do Brasil para atuar noconfronto. Fernández nega a acusação, mas admite que grupos armadosparticiparam do massacre dos camponeses. O governo boliviano prometeu na noite deste domingo, condenar LeopoldoFernández a 30 anos de prisão por crimes de lesa humanidade. O vice-ministroda Coordenação com os Movimentos Sociais da Bolívia, Sacha Llorenti,declarou que esse crime não ficará impune, “Quero deixar absolutamente claroque este caso não vai cair na impunidade, porque vamos mostrar que asinstituições do Estado boliviano funcionam e que Leopoldo Fernández terá umasentença de 30 anos sem direito a indulto pelos crimes que cometeu”. Llorenti afirmou, ainda, que o crime foi premeditado e planejado já que osprincipais alvos dos pistoleiros eram os dirigentes dos camponeses, e quasetodos os mortos receberam os tiros na cabeça e no coração. Leopoldo Fernández é político de extrema direita, membro do Podemos,principal partido de oposição ao governo Morales, e integrou o segundogoverno do general Hugo Banzer Suárez (1997-2001). Leia abaixo a Nota da Secretaria de Direitos Humanos da Diocese Anglicana deBrasília: SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA DIOCESE ANGLICANA DE BRASÍLIA
MATANÇA DE CAMPONESES EM PORVENIR, BOLÍVIA Porvenir é um povoado situado a 30 km da cidade de Cobija, capital doDepartamento de Pando na Bolívia, um dos cinco estados que se rebelaramcontra o Governo Central daquela república. Ali ocorreu, no dia 11 desetembro, o que tem sido considerado o pior massacre da Bolívia em seuperíodo democrático. Trinta camponeses mortos já foram contados, e secalcula que tenham ocorrido pelo menos mais 20 mortos, além de dezenas deferidos. Homens, mulheres e crianças, inclusive mulheres grávidas e idosos. Segundo uma série de entrevistas ao vivo com sobreviventes, realizadas pelarede de rádio comunitárias boliviana “Red Erbol”(http://www.erbol.com.bo/index.php), na noite do dia 11, cinco veículos comcamponeses se dirigiram, desarmados, a um “ampliado” governamentalconvocados pela federação de camponeses para a localidade de Filadelfia, poruma estrada no meio da mata. Às 8h30 do dia 12, eles foram retidos, ainda naestrada, por um destacamento da polícia estadual de Pando. Os policiaisdetiveram-nos ali, despistando-os por cerca de três horas; pouco depois das11 horas, surgiram subitamente veículos contendo de 30 a 50 paramilitaresarmados de fuzis, revólveres, escopetas e metralhadoras, e foram logoatirando nos camponeses surpreendidos. A polícia se retirou, e os camponesesque não tombaram tentaram fugir pela mata, perseguidos pelos paramilitares.Quando estes os alcançavam, derrubavam-nos e matavam-nos a sangue frio.Alguns, mesmo feridos, conseguiram chegar a um rio próximo e jogaram-se naságuas. Mesmo assim, os assassinos os metralharam, e muitos morreram nestascircunstâncias. Os paramilitares, ligados ao prefeito (governador) do Estado de Pando Sr.Leopoldo Fernandez e ao “Comitê Cívico” estadual mataram indiscriminadamentemulheres grávidas, idosos e crianças, segundo relatos feitos na rádioeducativa captados aqui em Brasília via internet. Os veículos dos camponesesforam queimados e seus pertences roubados. Não houve nenhuma resistência porparte dos camponeses, que foram surpreendidos na operação. A políciaestadual a tudo assistiu sem tomar providências, e a matança prosseguiu atécinco horas da tarde. Muitos corpos estão ainda no meio do mato e no rio; e as autoridadesestaduais rebeladas contra o governo central não estão permitindo a entradade socorro na área. Organismos de diferentes instituições têm tentado chegarao local, mas as autoridades estaduais vedam o aceso à área do conflito eimpedem que entrem na cidade. Muitos feridos têm se dirigido aos hospitais,e outros não tiveram coragem de procurar ajuda por medo de serem mortos,pois não existe nenhuma segurança na cidade, que vive uma situação de caos,sem policiamento, onde mesmo os feridos continuam sendo ameaçadosimpunemente, e a população se recolhe as suas casas temendo os saques queocorrem com freqüência. A Secretaria de Direitos Humanos da Diocese Anglicana de Brasíliasolidariza-se com as famílias dos falecidos; pede paz, justiça,solidariedade e diálogo na Bolívia; conclama a todos e todas paraprotestarem contra esse ato de barbárie perpetrado pelas autoridades doDepartamento de Pando e seus grupos paramilitares protegidos; e exige que asautoridades brasileiras detenham o Sr. Leopoldo Fernandez e outras pessoasresponsáveis por esse crime caso entrem em território nacional, para quepossam ser processados e julgados por crime contra a humanidade. Brasília, 14 de setembro de 2008Paulo Couto Teixeirasecretáriofraternidade@solar.com.br Assessoria de ComunicaçãoComissão Pastoral da TerraSecretaria Nacional - Goiânia, Goiás.Fone: 62 4008-6406/6412/6400www.cptnacional.org.br

terça-feira, 2 de setembro de 2008



"...Ás vezes uma imagem explica mais do que mil palavras..."

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

UM SÉCULO DE FALSIFICAÇÕES

Educação: da crise à euforia, João Batista Araujo e Oliveira

Mascarar a gravidade da situação da educação dificilmente ajudará.
Sugerir que estamos a caminho do sucesso é puro ilusionismo

João Batista Araujo e Oliveira é psicólogo, doutor em educação, presidente do Instituto Alfa e Beto, foi secretário-executivo do Ministério da Educação.

Artigo publicado na “Folha de SP”:
Estranho país, o nosso.
Em 2006, pela primeira vez na história, um ministro da área reconheceu publicamente que a qualidade da educação brasileira era deplorável, ao apresentar os resultados da Prova Brasil.
Nos últimos dias, no entanto, deu-se o inverso.
E a propaganda oficial contribuiu para isso.
Confundem as sombras com a realidade.
Estamos na caverna de Platão.
Em edições recentes das revistas semanais, o governo apresentou uma curva de fazer inveja a Huff e Geis, autores do já quarentão "How to Lie with Statistics" (como mentir usando estatística).
Vejamos os dados, depois, as implicações.
O Ideb, indicador oficial do desempenho da educação brasileira, mistura taxas de aprovação com notas dos alunos, aferidas pela Prova Brasil.
Embora seja relevante melhorar as taxas de aprovação, o indicador de qualidade deveria se refletir, isso sim, nas notas.
Somente esse índice serve para comparar nossos resultados com os do Pisa.
Qualquer pessoa medianamente versada na matéria sabe distinguir flutuações estatísticas de tendências.
No caso da Prova Brasil, com um desvio padrão que pode variar de 40 a 50 pontos, flutuações inferiores a seis pontos para mais ou para menos, como vem ocorrendo ao longo dos últimos 15 anos, representam pouco mais do que meros ruídos.
Seriam relevantes se fossem consistentes.Ao longo da série histórica de sete aplicações da prova, sempre tivemos flutuações nas provas de português e matemática das três séries avaliadas.
Em 1997, houve quatro flutuações negativas; em 1999, foram seis; cinco, em 2001; uma, em 2003; e quatro, em 2005.
Em 2007, todas as flutuações foram positivas.
Do total de 20 mudanças negativas, 13 foram inferiores a seis pontos.
A única alteração relevante, em 2007, deu-se nos resultados de matemática na quarta série (11 pontos), o que, certamente, não pode ser justificado por uma política específica para a área.

Explicações plausíveis seriam a maior homogeneidade na idade dos alunos (pela eliminação dos de maior idade, no geral com pior desempenho) e o fato de os resultados de matemática serem bastante inferiores ao de língua portuguesa, o que facilita a conquista de melhor patamar.Já no indicador geral do Ideb, houve mudança de quatro décimos nos resultados da quarta série, um décimo nos resultados da oitava série e nenhuma mudança nos resultados do ensino médio. Exceto no ano de 1999, em que houve queda mais acentuada, os dados não sugerem nenhuma tendência -apenas flutuações em torno de patamares medíocres.
O gráfico usado na propaganda oficial comete duas violações graves.
Primeiro, apresenta como descendente praticamente tudo o que vem antes de 2003.
Os dados não suportam essa representação. Segundo, aponta como ascendente tudo o que vem a partir de 2005 -e apresenta como se fosse uma tendência.A maior manipulação, no entanto, se dá na inclinação das curvas e no tamanho dos degraus da caminhada rumo ao mundo desenvolvido.
Esse apelo da propaganda oficial pode prestar um enorme desserviço ao corajoso trabalho de convencimento que o ministro da Educação vem fazendo sobre a gravidade do problema educacional.
Entende-se que prefeitos e autoridades estaduais tenham comemorado pífias melhorias do Ideb, de resto apoiadas essencialmente em alterações nas regras de promoção.
Do total de 84 Idebs -são 26 Estados com três Idebs cada-, apenas 14 apresentaram mais de 5% de melhora.
Desses, 12 estão em Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde é muito mais fácil melhorar pelo simples fato de que os dados de base são muito baixos.A
experiência internacional é cheia de ensinamentos a respeito dos ingredientes de como se deve fazer uma reforma da educação e as condições básicas de sucesso.

A formação de um consenso sobre os problemas é um primeiro passo essencial.
Antes de consolidar essa convicção, já começamos a nos iludir.
Quando Huff e Geis publicaram seu livro, há mais de 40 anos, o objetivo era alertar o leitor para os perigos das manipulações estatísticas.
Em 2006, o Brasil deu um passo avante para iniciar uma reforma da educação.
Agora, deu dois passos para trás.
Mascarar a gravidade da situação dificilmente contribuirá para avançar na formação de consenso na área.
Sugerir que já estamos a caminho do sucesso é puro ilusionismo.

(Folha de SP, 1/9)

sábado, 30 de agosto de 2008

MANIFESTO ECOSSOCIALISTA INTERNACIONAL

(por Joel Kovel e Michael Löwy)

O século XXI se inicia com uma nota catastrófica, com um grau sem precedentes de desastres ecológicos e uma ordem mundial caótica, cercada por terror e focos de guerras localizadas e desintegradoras, que se espalham como uma gangrena pelos grandes troncos do planeta África Central, Oriente Médio, América do Sul e do Norte , ecoando por todas as nações.

Na nossa visão, as crises ecológicas e o colapso social estão profundamente relacionados e deveriam ser vistos como manifestações diferentes das mesmas forças estruturais. As primeiras derivam, de uma maneira geral, da industrialização massiva, que ultrapassou a capacidade da Terra absorver e conter a instabilidade ecológica. O segundo deriva da forma de imperialismo conhecida como globalização, com seus efeitos desintegradores sobre as sociedades que se colocam em seu caminho. Ainda, essas forças subjacentes são essencialmente diferentes aspectos do mesmo movimento, devendo ser identificadas como a dinâmica central que move o todo: a expansão do sistema capitalista mundial.

Rejeitamos todo tipo de eufemismos ou propaganda que suavizem a brutalidade do sistema: todo mascaramento de seus custos ecológicos, toda mistificação dos custos humanos sob os nomes de democracia e direitos humanos. Ao contrário, insistimos em enxergar o capital a partir daquilo que ele realmente fez.

Agindo sobre a natureza e seu equilíbrio ecológico, o sistema, com seu imperativo de expansão constante da lucratividade, expõe ecossistemas a poluentes desestabilizadores, fragmenta habitats que evoluíram milhões de anos de modo a permitir o surgimento de organismos, dilapida recursos, e reduz a vitalidade sensual da natureza às frias trocas necessárias à acumulação de capital.

Do lado da humanidade, com suas exigências de autodeterminação, comunidade e existência plena de sentido, o capital reduz a maioria das pessoas do mundo a mero reservatório de mão-de-obra, ao mesmo tempo em que descarta os considerados inúteis. O capital invadiu e minou a integridade das comunidades por meio de uma cultura de massas global de consumismo e despolitização. Ele expandiu as disparidades de riqueza e de poder em níveis sem precedentes na história. Trabalhou lado a lado com uma rede de Estados corruptos e subservientes, cujas elites locais, poupando o centro, executam o trabalho de repressão. O capital também colocou em funcionamento, sob a supervisão das potências ocidentais e da superpotência norte-americana, uma rede de organizações trans-estatais destinada a minar a autonomia da periferia, atando-a às suas dívidas enquanto mantém um enorme aparato militar que força a obediência ao centro capitalista.

Nós entendemos que o atual sistema capitalista não pode regular, muito menos superar, as crises que deflagrou. Ele não pode resolver a crise ecológica porque fazê-lo implica em colocar limites ao processo de acumulação uma opção inaceitável para um sistema baseado na regra “cresça ou morra!”. Tampouco ele pode resolver a crise posta pelo terror ou outras formas de rebelião violenta, porque fazê-lo significaria abandonar a lógica do império, impondo limites inaceitáveis ao crescimento e ao “estilo de vida” sustentado pelo império. Sua única opção é recorrer à força bruta, incrementando a alienação e semeando mais terrorismo e contra-terrorismo, gerando assim uma nova variante de fascismo.

Em suma, o sistema capitalista mundial está historicamente falido. Tornou-se um império incapaz de se adaptar, cujo gigantismo expõe sua fraqueza subjacente. O sistema capitalista mundial é, na linguagem da ecologia, profundamente insustentável e, para que haja futuro, deve ser fundamentalmente transformado ou substituído.

É dessa forma que retornamos à dura escolha apresentada por Rosa Luxemburgo: “Socialismo ou Barbárie!”, em que a face da última está impressa neste século que se inicia na forma de eco-catástrofe, terror e contra-terror e sua degeneração fascista.

Mas por que socialismo, por que reviver esta palavra aparentemente consignada ao lixo da história pelos equívocos de suas interpretações no século XX? Por uma única razão: embora castigada e não realizada, a noção de socialismo ainda permanece atual para a superação do capital. Se o capital deve ser superado, uma tarefa dada como urgente considerando a própria sobrevivência da civilização, o resultado será necessariamente“socialista”, pois esse é o termo que designa a passagem a uma sociedade pós-capitalista. Se dizemos que o capital é radicalmente insustentável e se degenera em barbárie, delineada acima, então estamos também dizendo que precisamos construir um “socialismo” capaz de superar as crises que o capital iniciou. E se os “socialismos” do passado falharam nisso, é nosso dever, se escolhemos um fim outro que não a barbárie, lutar por um socialismo que triunfe. Da mesma forma que a barbárie mudou desde os tempos em que Rosa Luxemburgo enunciou sua profética alternativa, também o nome e a realidade do “socialismo” devem ser adequados aos tempos atuais.

É por essas razões que escolhemos nomear nossa interpretação de “socialismo” como um ecossocialismo, e nos dedicar à sua realização.

Por que Ecossocialismo?

Entendemos o ecossocialismo não como negação, mas como realização dos socialismos da “primeira época” do século vinte, no contexto da crise ecológica. Como seus antecessores, o ecossocialismo se baseia na visão de que capital é trabalho passado reificado, e se fortalece a partir do livre desenvolvimento de todos os produtores, ou em outras palavras, a partir da não separação entre produtores e meios de produção. Entendemos que essa meta não teve sua implementação possível no socialismo da “primeira época”. As razões dessa impossibilidade são demasiadamente complexas para serem aqui rapidamente abordadas, cabendo, entretanto, mencionar os diversos efeitos do subdesenvolvimento no contexto de hostilidade por parte das potências capitalistas. Essa conjuntura teve efeitos nefastos sobre os socialismos existentes, principalmente no que ser refere à negação da democracia interna associada à apologia do produtivismo capitalista, o que conduziu ao colapso dessas sociedades e à ruína de seus ambientes naturais.

O ecossocialismo retém os objetivos emancipatórios do socialismo da “primeira época”, ao mesmo tempo em que rejeita tanto os objetivos reformistas da social-democracia quanto às estruturas produtivistas das variações burocráticas do socialismo. O ecossocialismo insiste em redefinir a trajetória e objetivo da produção socialista em um contexto ecológico. Ele o faz especificamente em relação aos “limites ao crescimento”, essencial para a sustentabilidade da sociedade. Isso sem, no entanto, impor escassez, sofrimento ou repressão à sociedade. O objetivo é a transformação das necessidades, uma profunda mudança de dimensão qualitativa, não quantitativa. Do ponto de vista da produção de mercadorias, isso se traduz em uma valorização dos valores de uso em detrimento dos valores de troca um projeto de relevância de longo prazo baseado na atividade econômica imediata.

A generalização da produção ecológica sob condições socialistas pode fornecer a base para superação das crises atuais. Uma sociedade de produtores livremente associados não cessa sua própria democratização. Ela deve insistir em libertar todos os seres humanos como seu objetivo e fundamento. Ela supera assim o impulso imperialista subjetiva e objetivamente. Ao realizar tal objetivo, essa sociedade luta para superar todas as formas de dominação, incluindo, especialmente, aquelas de gênero e raça. Ela supera as condições que conduzem a distorções fundamentalistas e suas manifestações terroristas. Em síntese, essa sociedade se coloca em harmonia ecológica com a natureza em um grau impensável sob as condições atuais. Um resultado prático dessas tendências poderia se expressar, por exemplo, no desaparecimento da dependência de combustíveis fósseis característica do capitalismo industrial , que, por sua vez, poderia fornecer a base material para o resgate das terras subjugadas pelo imperialismo do petróleo, ao mesmo tempo em que possibilitaria a contenção do aquecimento global e de outras aflições da crise ecológica.

Ninguém pode ler estas recomendações sem pensar primeiro em quantas questões práticas e teóricas elas suscitam e, segundo e mais desesperançosamente, em quão remotas elas são em relação à atual configuração do mundo, tanto no que se refere ao que está baseado nas instituições quanto no que está registrado nas consciências. Não precisamos elaborar estes pontos, os quais deveriam ser instantaneamente reconhecidos por todos. Mas insistimos que eles devem ser tomados na perspectiva adequada. Nosso projeto não é nem detalhar cada passo deste caminho nem se render ao adversário devido à preponderância do poder que ostenta. Nosso projeto consiste em desenvolver a lógica de uma suficiente e necessária transformação da atual ordem e começar a dar os passos intermediários em direção a esse objetivo. O fazemos para pensar mais profundamente nessas possibilidades e, ao mesmo tempo, iniciar o trabalho de reunir aqueles de idéias semelhantes. Se existe algum mérito nesses argumentos, então ele precisa servir para que práticas e visões semelhantes germinem de maneira coordenada em diversos pontos do globo. O ecossocialismo será universal e internacional, ou não será. As crises de nosso tempo podem e devem ser vistas como oportunidades revolucionárias, e como tal temos o dever de afirmálas e concretizá-las.

dead fish - paz verde