quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Porque ainda insistimos nisso?

Apesar de ser a Folha, os dados que ela traz são interessantes.
Alguem ainda acredita que a solução está aqui?
"...Então, todo programa que erradique a pobreza e ajude às famílias a dependerem menos da força de trabalho da criança e toda política que aumente a oferta e a qualidade da educação são bem-vindas", afirma o especialista.
"Ou que no minino uma bolsa-familia" realmente resolva a questão?
Essa é a opinião senso comum, a opinião de uma classe que sua existencia está NECESSARIAMENTE atrelada a existencia desses dados que vocês estão vendo.
Por isso, quanto mais a questão se acirra, mais essa classe se beneficia e como consequencia, NECESSITA de MENTIRAS, MISTIFICAÇÕES para que haja uma verdade ÚNICA, a qual não seja contestada.
A qual não seja contraditória.
A qual seja a mais natural.
A verdade que nos diz que "no pé que a gente tá, não há nada que possamos fazer".
Ou mesmo, "quem sou eu para mudar um sistema tão forte e dominante"?
Essa verdade é aquela que não nos permite sonhar.
não nos permite criar.
não nos permite SERMOS livres humanamente.
É aquela que nos faz acreditar que somos passivos diante da situação, quando ESCONDE que toda essa desgraça acontece, mas não acontece por entidades superiores, mas sim, por HOMENS.
E também que nem sempre foi assim.
E foram HOMENS que mudaram.
E também que são os HOMENS que é que mudam.
E esses HOMENS somos nós.
Sempre SUJEITOS, que reproduzimos sim, conservamos sim.Mas também TRANSFORMAMOS.
Diante disso, até quando iremos engolir MENTIRAS??
Falsidades??
Mistificações???
Quando é que SEREMOS no sentido mais humano e mais amplo dessa palavrinha?
Até quando o que nós somos será o que uma pequena classe determina para seu beneficio próprio custas ao resto do mundo?
Eu não quero ser boba.
Eu não quero passar uma vida para ser bem sucedida.
Não quero ter um padrão para pensar.
Não quero ter um padrão para escrever.
Não quero ter um padrão para me vestir.
Não quero ter um padrão de sentimentos para cada pessoa ao meu redor.
Não quero acreditar que o massacre na Bolivia é por oposição e governo.
Não quero acreditar que o Lula luta pela causa dos trabalhadores.
Não quero acreditar que os cursos a distâncias vão resolver o problema da educação no Brasil.
Não quero acreditar que os trabalhadores da cana morrem de fadiga por falta de banana e sal. Não quero achar normal fechar o vidro do carro quando uma criança pobre pede dinheiro.
Não quero acreditar que a classe média é a maioria da população.
Não quero acreditar na Mirian Leitão.
Não quero acreditar que a poluição e os agrotóxicos que respiro e como todo dia não me fazem mal, ou que é normal, que faz parte.
Não quero acreditar que está tudo bem.
NÃO QUERO ACREDITAR QUE NÃO POSSO FAZER NADA.
Não pode ser possível isto.
Não posso acreditar ser normal, por exemplo, ter um carro, um chip, um tenis às custas de centas de vidas exploradas e destruidas.
Alguém ainda acredita?

Um comentário:

André Rocha disse...

Não sou e não estou resignado. Também não consigo aceitar e ou acreditar nisso tudo...mas, já não sei mais se algo acontecerá para uma mudança positiva. Contudo, nessa guerra, pretendo ter como prêmio morrer como homem..."Entre na batalha.Nela ninguém perde. Mesmo para aquele que perde, seus efeitos ainda permanecem..."
(William Morris)