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Madrugada adentro. uma irresponsabilidade ousada. é o meu momento de reflexão. quando o sol nasce só posso reproduzir. as vezes, como agora, não consigo parar e entro nesse fluxo de memória-reflexão-pensamento.
mexendo em rabiscos não tão antigos me compreendo. retomo o processo do que me tornei e estou me transformando. a partir do que estava sendo.
inverno de 2009-
tenho vivido noites muito frias, cinzas e vazias aqui. saudade dos tempos de loucuras, paixões e amores. agora beijo não é beijo. abraço não é abraço. e carinho é desespero.
com o que preenchemos aquilo que não tem mais significado? com nossas angústias, dilemas e frustrações. e aquilo que significava antes, que achava que era a essência, já não existe. então todo o resto que sustentava, muda também.
hipocrisia é não encarar a mudança de frente. é também não admiti-la. é acomodar. é banalizar. e sutilmente se reifica e aliena.
sutilmente.
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